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Dasyprocta prymnolopha ( Portuguese )

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Dasyprocta prymnolopha é um roedor de médio porte, popularmente conhecido como cutia-de-dorso-preto[2] no Brasil. É uma espécie de cutia da família Dasyproctidae, esta família é constituída por roedores da subordem Hystricognathi, divididos em dois gêneros: Dasyprocta (as cutias) e Myoprocta (as cotiaras). Além de também ser um mamífero roedor endêmico do nordeste do brasileiro,[3] por se tratar de uma espécie herbívora, alimenta-se de vegetais, cereais, tubérculos e frutas, e apresentam importante papel na dispersão de sementes, uma vez que eles apresentam o hábito de enterrar seu alimento.[4]

Descrição

A cutia (Dasyprocta prymnolopha) é caracterizada por ser um roedor de médio porte, chegando a uma média de peso de aproximadamente 4 kg e mede de 50 a 60 cm,[5] de patas alongadas e finas, com uma cauda simples e rudimentar, que é comum ficar escondida no pelo. A cabeça é estreitada, com o focinho encurtado, as orelhas largas e médias e os olhos grandes.[6] Dispõe de uma coloração alaranjada com um dorso mais marrom e preto do que as outras espécies da familia Dasyproctidae, com membros pélvicos longos e membros torácicos curtos, que auxiliam a leva o alimento a boca na hora da alimentação, e com unhas bastante fortes, devido a seu hábito de escavar. Seus pares de dentes incisivos são longos estendendo-se para fora da boca, característica essa que facilita a sua alimentação na hora de abrir alimentos mais sólidos.[7] Os membros posteriores longos (com três dedos desenvolvidos, com unhas cortantes, correspondentes a pequenos cascos) resultam na característica da cutia de ser muito boa saltadora, capazes de saltar na vertical a 2 metros de uma posição ereta, ou seja, em pé.[8]

Distribuição geográfica e habitat

As cutias se distribuem geograficamente desde a América do Sul até América Central, tem como habitat principal as florestas pluviais, como a floresta amazônica e a mata atlântica, cerrados, florestas semidecíduas e caatingas, geralmente com a distribuição em consonância com os cursos de água.[7] No Brasil se distribuem desde os estados do Pará a leste do rio Tocantins, Maranhão, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Alagoas, Goiás, Bahia, até o nordeste de Minas Gerais em cotas altimétricas de até 900m.[9]

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Cutia (Dasyprocta prymnolopha)

Alimentação

Por se tratar de uma espécie herbívora, considerados mamíferos que são exclusivamente fitófagos, se alimentam na maioria das vezes de raízes, frutos e vegetais suculentos, além de sementes de diversas árvores que encontra na natureza, o que caracteriza a importância destes animais na dispersão de sementes,[7] uma vez que as cutias apresentam o hábito de enterrar seu alimento dentro do seu território. Na época de carência de alimentos, ela vai aos locares que enterrou seus alimentos como estoque e os desenterra. O sistema de comunicativo entre as cutias é principalmente feito pela audição e pelo olfato, a comunicação olfativa é realizada através de odores deixados pela urina e pela secreção de uma glândula do reto, tais odores funcionam na identificação de integrantes do mesmo grupo e para delimitarem o território e localizarem o alimento que esconderam anteriormente.[8]

Ecologia e comportamento

As cutias dedicam parte do seu tempo para o descanso principalmente no final da manhã e início da tarde, observam-se muitas posições de apoio dos membros, em lugares caracterizados como abrigo ou refúgio desses animais.

A exploração do territorio desses animais se caracteriza, na maioria das vezes, por meio do farejamento. A cutia costuma farejar o chão ou o ar (levantando o focinho para cima), em sentido reto ou lateral, nos dois sentidos da cabeça. Ao farejar, se locomove com constância, chegando a se apoiar com os membros superiores nas paredes das baias quando estão em cativeiro. Porém, quando fareja o chão, a cabeça fica em posição normal em relação à postura do animal. Pode-se relacionar o olfato aguçado das cutias com a busca pela recuperação, em época de escassez de alimentos, de sementes enterradas por elas mesmas em épocas de grande disponibilidade de alimentos. Além disso, há a utilização do olfato como meio de comunicação entre esses animais do mesmo grupo.[7]

Para a alimentação, há o hábito de levar o alimento até a boca, em posição sentada, que é muito comum entre roedores de outras espécies, usando os membros superiores, mais especificamente as mãos que seguram o alimento antes de serem ingeridos, trazendo o alimento, por menos que fosse ate perto da boca, é um comportamento muito característico das cutias, que foi registrado somente com grãos e frutos secos. Em grãos de milho, quando estão bem molhados e úmidos, as cutias têm o costume de retirar as películas que ficam em volta da semente. Nesse momento de alimentação pode haver também a disputa por alimentos, então quando o animal está se alimentando, é corriqueiro a aproximação de um indivíduo do mesmo grupo na tentativa de roubar o alimento, se for bem sucedida a retirada do alimento, o outro animal pode tentar recuperar ele ou não. Geralmente esse roubo de alimentos é observado em machos dominantes sobre machos submissos.[7]

Sobre a limpeza corporal, esses animais limpam as partes do corpo de forma frequente com a língua, sem muitas repetições. Os dentes são usados na retirada e a procura de parasitas, promovendo a autolimpeza. Essa limpeza do corpo e principalmente a retirada de parasitas, podem ser feitas por outros indivíduos do mesmo grupo, sem o envolvimento de hierarquia ou submissão.

Quando a cutia se sente ameaçada e sente sinais de perigo, como por exemplo, sons fortes e estranhos, indivíduos desconhecidos, elas batem com rapidez os membros pélvicos no chão. Esse comportamento que é caracterizado como thumping (que quando traduzido para o português significa “batendo”) e pode ser realizado em conjunto com sons mecânicos (com os dentes) ou de gritos. Em outras situações, ela levanta a cabeça em sinal de alerta e posição imóvel, podendo ou não eriçar os pelos dorsais ou realizar corridas aleatórias e rápidas, caso se sinta muito ameaçada.[7]

Ameaças

Apesar da IUCN considerar a espécie como “pouco preocupante",[3] devido à destruição de seu habitat natural, por conta do desmatamento e pela caça predatória, cutia se destaca, entre as espécies mais predadas, por ter sofrido significativa redução de suas populações, sendo um dos mamíferos mais perseguidos pelos caçadores. Atualmente a criação desses animais em cativeiro é usada como alternativa de preservação da espécie, já que mantem a espécie selvagem salva da predação.[7]

Reprodução

Quanto aos aspectos reprodutivos, as fêmeas parem de um a dois filhotes por parto; o período de gestação médio é de 117 dias[10] e a duração média do ciclo estral é de 34 dias.[11]

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Planckendael zoo Black-rumped agouti 02

Esqueleto axial e apendicular de cutias

Considerando-se as características anatômicas do esqueleto axial- que corresponde ao crânio, coluna vertebral, costelas e esterno - dessa espécie do gênero Dasyprocta e do esqueleto apendicular - que corresponde ao púbis, ísquio, ílio, fêmur, patela, tíbia, fíbula, tarso, metatarso, falange proximal, falange média, falange distal, escápula, clavícula, úmero, rádio, ulna, carpo, metacarpo - as informações são escassas na literatura referente a esta espécie, mas há pesquisas sobre esqueleto axial da cutia no geral que pode-se colocar em comparação com a espécie referida.

No esqueleto axial tem-se que o crânio da cutia é triangular e alongado, com as órbitas incompletas e localizadas lateralmente no terço médio entre os ossos occipital e nasal. Observa-se também uma projeção caudal, curvada dorsalmente e pontiaguda no ângulo entre o ramo e o corpo da mandíbula.

As vértebras cervicais maiores são o áxis e o atlas e as cinco outras vértebras são mais largas e curtas. O atlas apresenta um acentuado processo espinhoso e a asa do áxis é bem desenvolvida. Há 13 vértebras torácicas e quanto mais caudal, ou seja, quanto mais perto da cauda da cutia, maior é o corpo vertebral. O processo espinhoso da primeira vértebra é pouco desenvolvido e praticamente perpendicular, assim também como o da décima segunda e décima terceira vértebras; os demais processos espinhos são bem salientes e se tornam mais inclinados caudalmente e menos proeminentes a partir da segunda vértebra torácica.

Há sete vértebras lombares e, quanto mais caudal, os processos transversos tornam-se maiores, sendo bem destacados a partir da terceira vértebra lombar. A terceira, quarta, quinta e sexta vértebras lombares se destacam das demais por apresentam os maiores corpos vertebrais, enquanto a primeira e a sétima possuem os menores.

O sacro é composto por quatro vértebras fundidas, é alongado e estreito no sentido crânio-caudalmente e de comprimento uniforme. Há oito ou nove pequenas vértebras caudais. As costelas são estreitas e formadas por longo eixo, um tubérculo, o qual se articula com os processos transversos das vértebras torácicas, e uma cabeça, a qual se articula com os corpos das vértebras. O esterno é alongado e consiste de uma grande cartilagem do manúbrio em forma lanceolada, cinco esternébras (esterno + vértebras) e uma cartilagem xifóide.[12]

No esqueleto apendicular tem-se que a cintura escapular da cutia consiste de duas escápulas, com acrômios bem acentuados, e duas clavículas longas. O úmero possui o tubérculo maior saliente, fossa radial e do olécrano comunicantes e tuberosidade deltóide pouco desenvolvida. As tuberosidades do rádio são pouco evidentes e este osso não se apresenta fundido à ulna, a qual acompanha o rádio em comprimento. A fileira proximal de carpos é formada pelos carpos intemediorradial, ulnar, acessório e falciforme. A fileira distal é composta pelos carpos I, II, III, e IV. Há cinco metacarpos e cinco dígitos no membro torácico, e cada um com falange proximal, média e distal, exceto o primeiro, o qual contém falange proximal e distal. A pelve é alongada, estreita e o acetábulo, profundo e arredondado; o fêmur apresenta eixo longitudinal longo e trocânter maior bem desenvolvido . A tíbia e a fíbula não são fundidas, sendo a fíbula bem delgada e equivalente ao tamanho da tíbia. No tarso, a fileira proximal é composta pelo talo, calcâneo, osso társico tibial medial e central; na fileira distal há o tarsometatarso I, e o II, III e IV ossos do tarso. No membro pélvico há três dígitos e os metatársicos II, III e IV, com três falanges em cada, e um pequeno osso metatársico V.[13]

Referências

  1. Catzeflis, F.; Patton J.; Percequillo, A.; Weksler, M. (2016). «Dasyprocta prymnolopha». Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas. 2016: e.T6286A22198296. doi:. Consultado em 12 de novembro de 2021
  2. Porcher, Vincent (17 de outubro de 2019). «Cutia-de-Dorso-Preto (Dasyprocta prymnolopha)». iNaturalist. Consultado em 29 de novembro de 2021
  3. a b «The IUCN Red List of Threatened Species». IUCN Red List of Threatened Species. Consultado em 8 de novembro de 2021
  4. «A Cutia». Aprenda Fácil Editora. Consultado em 10 de agosto de 2019
  5. Diniz, João Augusto Rodrigues Alves; Azerêdo, Lilianne Marinho dos Santos; Rocha, Ediane Freitas; Carreiro, Artur da Nóbrega; Falcão, Brunna Muniz Rodrigues; Souza, Joyce Galvão de; Carvalho, Maria Acelina Martins de; Menezes, Danilo José Ayres de (28 de outubro de 2019). «Características reprodutivas de cutias fêmeas (Dasyprocta prymnolopha wagler, 1831) criadas em cativeiro no nordeste do Brasil». PUBVET. 162 páginas. Consultado em 7 de dezembro de 2021
  6. admin (30 de maio de 2016). «Cutia». Portal São Francisco. Consultado em 7 de dezembro de 2021
  7. a b c d e f g Rêgo, Jalison Figuerêdo do; Carvalho, Maria Acelina Martins de; Salles, Ana Yasha Ferreira de La; Menezes, Danilo José Ayres de (12 de junho de 2019). «Descrição das categorias de comportamentos do Dasyprocta prymnolopha em condições de cativeiro». PUBVET. 158 páginas. Consultado em 29 de novembro de 2021
  8. a b admin (30 de maio de 2016). «Cutia». Portal São Francisco. Consultado em 7 de dezembro de 2021
  9. http://www.seb-ecologia.org.br/revistas/indexar/anais/2009/resumos_ixceb/515.pdf
  10. Lopes, João Batista; Cavalcante, Rildênio Renato; Almeida, Mônica Marcos de; Carvalho, Maria Acelina Martins de; Moura, Sandovaldo Gonçalves de; Filho, Laí Alves Dantas; Conceição, Washington Luis Ferreira (1 de dezembro de 2004). «Desempenho de cutias (Dasyprocta prymnolopha) criadas em cativeiro do nascimento até o desmame em Teresina, Piauí». R. Bras. Zootec. (6 suppl.3): 2318–2322. ISSN 1516-3598. doi:10.1590/S1516-35982004000900018. Consultado em 7 de dezembro de 2021
  11. https://www.animal-reproduction.org/article/10.21451/1984-3143-AR2018-0058/pdf/animreprod-15-4-1181.pdf
  12. Oliveira, Fabrício & Martins, Leandro & Pauloni, A. & Machado, Marcia R F & Toniollo, G. & Canola, J.. (2009). DESCRIÇÃO ANÁTOMO-RADIOGRÁFICA DO ESQUELETO AXIAL DA CUTIA (Dasyprocta azarae, LICHTENSTEIN, 1823). 25. [1]
  13. Oliveira, F. S.; Martins, L. L.; Pauloni, A. P.; Toniollo, G. H.; Canola, J. C.; Machado, M. R. F. (25 de setembro de 2009). «ANATOMORADIOGRAPHIC DESCRIPTION OF THE APENDICULAR SKELETON OF THE AGOUTI (Dasyprocta azarae, LICHTENSTEIN, 1823)». Ars Veterinaria (1): 028–031. ISSN 2175-0106. doi:10.15361/2175-0106.2009v25n1p028-031. Consultado em 7 de dezembro de 2021
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Dasyprocta prymnolopha: Brief Summary ( Portuguese )

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Dasyprocta prymnolopha é um roedor de médio porte, popularmente conhecido como cutia-de-dorso-preto no Brasil. É uma espécie de cutia da família Dasyproctidae, esta família é constituída por roedores da subordem Hystricognathi, divididos em dois gêneros: Dasyprocta (as cutias) e Myoprocta (as cotiaras). Além de também ser um mamífero roedor endêmico do nordeste do brasileiro, por se tratar de uma espécie herbívora, alimenta-se de vegetais, cereais, tubérculos e frutas, e apresentam importante papel na dispersão de sementes, uma vez que eles apresentam o hábito de enterrar seu alimento.

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