Vipera é um género de víboras venenosas. Tem ampla distribuição geográfica, podendo ser encontrado desde o Norte da África até ao Círculo Polar Ártico e desde a Grã-Bretanha até à região Ásia-Pacífico.[3] Esta designação é possivelmente derivada dos termos latinos vivus e pario, significando "vivo" e "dar à luz" ou "parir"; provavelmente uma referência ao facto de a maioria das víboras dar à luz juvenis vivos.[4] Actualmente são reconhecidas 23 espécies.[5]
Os membros deste género tendem a ser corpulentos e de tamanho pequeno, o maior deles, V. ammodytes, pode atingir um comprimento máximo de 95 cm e o menor, V. monticola, atinge um comprimento máximo de 40 cm.
As cabeças dos membros deste género são claramente separadas do corpo, de forma triangular e na maioria das espécies cobertas por pequenas escamas, embora nalgumas espécies, notavelmente V. berus, tenham pequenas placas no cimo das suas cabeças. Estas víboras do Velho Mundo tendem a ter uma única escama nasal que pode por vezes estar fundida com uma escama pré-nasal como no caso de V. albicornuta. A maioria das espécies tem grandes escamas supra-oculares que tendem a estender-se para além da margem posterior do olho. Algumas espécies têm também algum tipo de "chifre" na cabeça, atrás da escama nasal ou por detrás das escamas supra-oculares.
A cor e camuflagem dos membros deste género variam muito, desde fundo cinzento com faixas transversas castanho-escuro no caso V. albizona até cores mais acastanhadas com faixas transversas cinzentas com orlas negras como no caso de V. ammodytes.[3]
Podem ser encontradas por todo o Velho Mundo, daí o nome-comum deste género, "Víboras do Velho Mundo". Podem ser encontradas sobretudo na Europa, desde Portugal até à Turquia. Também podem ser encontradas em algumas ilhas do Mar Mediterrâneo (Sicília, Elba e Montecristo), no Reino Unido. Podem ser também encontradas na região africana do Magrebe com espécies que vivem em Marrocos (V. monticola) e parte do norte da Argélia e Tunísia no caso de V. latastei. Muitas espécies podem também ser encontradas nas Montanhas do Cáucaso, em partes do Iraque, Jordânia, Israel e Síria. Apenas uma espécie até ao momento encontrada (V. berus) vive na Ásia Oriental (Coreia do Norte, China setentrional, e norte da Mongólia[3].
A maioria das espécies prefere ambientes mais frescos. Aquelas encontradas em latitudes mais baixas tendem a preferir zonas de maior altitude e habitats mais secos e rochosos, enquanto que as espécies que ocorrem em latitudes mais setentrionais preferem elevações mais baixas e ambientes mais húmidos e com mais vegetação.[3]
Todas as espécies são terrestres.[3]
Todos os membros são vivíparos, dando à luz juvenis vivos.[3]
A maioria das espécies de Vipera produz um veneno que contém componentes neurotóxicos e hemotóxicos. A gravidade das mordeduras é muito variável.
V. ammodytes é provavelmente a que possui o veneno mais tóxico. Num estudo envolvendo somente ratos, Brown (1973) demonstra que LD50 é aproximadamente 1.2/mg/kg IV, 1.5 mg/Kg quando injetado no peritoneu (IP) e 2.0 mg/kg quando administrado subcutaneamente (SC).[6]
O veneno de V. berus é considerado o menos tóxico, (Minton, 1974) sugere que os valores de LD50 para ratos são aproximadamente 0.55 mg/kg IV, 0.80 mg/kg IP e 6.45 mg SC.[7] O volume de veneno produzido tende a ser menor nesta espécie, citando Minton 10–18 mg por mordedura em espécimes de 48–62 cm enquanto Brown sugere apenas 6 mg para espécimes do mesmo tamanho.
Contudo, as mordeduras de espécies de Vipera raramente são tão graves como as do géneros maiores Macrovipera ou Daboia.[3]
* Sem incluir a espécie nominativa. T: espécie-tipo
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(ajuda) Vipera é um género de víboras venenosas. Tem ampla distribuição geográfica, podendo ser encontrado desde o Norte da África até ao Círculo Polar Ártico e desde a Grã-Bretanha até à região Ásia-Pacífico. Esta designação é possivelmente derivada dos termos latinos vivus e pario, significando "vivo" e "dar à luz" ou "parir"; provavelmente uma referência ao facto de a maioria das víboras dar à luz juvenis vivos. Actualmente são reconhecidas 23 espécies.