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Acanthagrion marinae ( Portuguese )

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Acanthagrion marinae é uma espécie de donzelinha pertencente à família Coenagrionidae [en].

É endêmica, ou seja, ocorre exclusivamente nas Veredas do domínio Cerrado, no Brasil e no Paraguai. Por causa de sua distribuição geográfica restrita e das ameaças às Veredas, A. marinae está classificada como espécie vulnerável à extinção.

Etimologia

O epíteto marinae é um substantivo feminino latinizado, transformado de acordo com o Código Internacional de Nomenclatura Zoológica no que se refere a substantivos genitivos. Essa regra propõe a terminação "-ae" no epíteto, para nomeações de espécies que homenageiem pessoas do sexo feminino. Este epíteto de A. marinae homenageia Marina dos Santos Rodrigues, mãe do entomólogo e ecólogo Marciel Elio Rodrigues [wikidata] , que é um dos autores do artigo científico que descreveu a espécie.[1]

Taxonomia

A. marinae faz parte da família Coenagrionidae [en]. São insetos aquáticos [en] pertencentes à subordem Zygoptera, da ordem Odonata, popularmente conhecidos como libelinhas ou donzelinhas.[2]

Dieta

São indivíduos considerados predadores vorazes, tanto na sua fase imatura quanto adulta. Quando ninfas, utilizam o premento para golpear e segurar a presa. E quando adultas, utilizam, principalmente, a acuidade visual, capturando as presas em pleno voo.[2][3]

Têm como dieta, majoritariamente, outros macroinvertebrados aquáticos [en] como dípteros (mosquitos, moscas etc), coleópteros (besouros, escaravelhos etc), anelídeos (minhocas, principalmente) e até mesmo se alimentam de membros do próprio grupo (canibalismo).[4][3]

Descrição

Apresentam desenvolvimento hemimetabólico, ou seja, com seu ciclo de vida composto por ovo, ninfa e adulto.[2][4]

As espécies de Acanthagrion [en] são de pequeno a médio porte, com a coloração de suas asas, geralmente, hialinas (transparentes) e facilmente identificáveis pelo cerco inclinado, formando 45°.[1]

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O cerco é uma estrutura presente no final do abdômen das libélulas. Em A. marinae, ele tem uma leve inclinação de 45°.
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Asas hialinas de A. marinae. FW - asa anterior. HW - asa posterior.

Distribuição geográfica e habitat

Organismos desse gênero são encontrados em corpos hídricos sem grandes correntezas (ambientes aquáticos lênticos) e estão comumente associados a áreas com algum grau de antropização (agricultura, pecuária, urbanização etc), por isso, em diversos estudos, são considerados bioindicadores de qualidade ambiental.[5][6][7]

A distribuição dessa espécie está restrita ao Brasil e Paraguai, apesar de não haver informações disponíveis sobre os espécimes neste último. No Brasil, os indivíduos foram coletados em Veredas - fitofisionomia do Cerrado protegida pela Lei de Proteção da Vegetação Nativa - mais especificamente em ambientes lênticos próximos a áreas urbanas e rurais no município de Campo Grande - MS, isto é, regiões com interferência antrópica. Eles foram observados empoleirados em substratos perto da água, principalmente galhos ou na vegetação marginal dos ambientes lênticos no período de atividade mais intensa do grupo, no qual se estende das 09:00 horas da manhã até 16:00 horas da tarde.[8][1]

Conservação

A IUCN considera que A. marinae é uma espécie vulnerável devido à sua distribuição geográfica extremamente restrita.[9]

Referências

  1. a b c d Lozano, Federico; Rodrigues, Marciel E. (19 de julho de 2018). «Acanthagrion marinae sp. nov. (Zygoptera: Coenagrionidae): a new species of the apicale group». Anais da Academia Brasileira de Ciências (em inglês): 2865–2872. ISSN 0001-3765. doi:10.1590/0001-3765201820170715. Consultado em 9 de dezembro de 2021
  2. a b c Hamada, Neusa (2014). Insetos aquáticos na Amazônia brasileira : taxonomia, biologia e ecologia. Jorge Luiz Nessimian, Ranyse Barbosa Querino. Manaus: [s.n.] OCLC 957979871
  3. a b Corbet, P S (janeiro de 1980). «Biology of Odonata». Annual Review of Entomology (em inglês) (1): 189–217. ISSN 0066-4170. doi:10.1146/annurev.en.25.010180.001201. Consultado em 11 de dezembro de 2021
  4. a b Corbet, Philip S. (1999). Dragonflies : behavior and ecology of Odonata. Ithaca, N.Y.: Comstock Pub. Associates. OCLC 39982114
  5. Monteiro Júnior, Cláudio da Silva; Juen, Leandro; Hamada, Neusa (janeiro de 2015). «Analysis of urban impacts on aquatic habitats in the central Amazon basin: Adult odonates as bioindicators of environmental quality». Ecological Indicators (em inglês): 303–311. doi:10.1016/j.ecolind.2014.08.021. Consultado em 11 de dezembro de 2021
  6. Carvalho, F. G.; Roque, F. de Oliveira; Barbosa, L.; Montag, L. F. de Assis; Juen, L. (2018). «Oil palm plantation is not a suitable environment for most forest specialist species of Odonata in Amazonia». Animal Conservation (em inglês) (6): 526–533. ISSN 1469-1795. doi:10.1111/acv.12427. Consultado em 11 de dezembro de 2021
  7. Santos, Lais Rodrigues. Odonata como indicador de mudanças de usos da terra em uma região da Mata Atlântica. 2021. Dissertação (Mestrado em Sistemas Aquáticos Tropicais) - Programa de Pós Graduação em Sistemas Aquáticos Tropicais (PPGSAT). Universidade Estadual de Santa Cruz – UESC, Ilhéus-BA
  8. Oliveira-Junior, José Max Barbosa; Juen, Leandro (outubro de 2019). «Structuring of Dragonfly Communities (Insecta: Odonata) in Eastern Amazon: Effects of Environmental and Spatial Factors in Preserved and Altered Streams». Insects (em inglês) (10). 322 páginas. PMID 31569784. doi:10.3390/insects10100322. Consultado em 11 de dezembro de 2021
  9. Vilela, D. & Guillermo-Ferreira, R. (2021). Acanthagrion marinae (em inglês). IUCN 2020. Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da IUCN de 2020 . doi:10.2305/IUCN.UK.2021-1.RLTS.T166483663A166693400.en
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É endêmica, ou seja, ocorre exclusivamente nas Veredas do domínio Cerrado, no Brasil e no Paraguai. Por causa de sua distribuição geográfica restrita e das ameaças às Veredas, A. marinae está classificada como espécie vulnerável à extinção.

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