Lactarius vinaceorufescens é uma espécie de fungo da família de cogumelos Russulaceae. Ele produz cogumelos com "chapéus" convexos, de cor canela-rosado a acastanhado e que atingem até 12 centímetros de diâmetro. Quando jovem, o chapéu tem sua margem enrolada para dentro, mas depois se expande, tornando-se um pouco elevada e irregular a medida que o fungo envelhece. Uma característica marcante da espécie é a produção de uma substância leitosa - o látex - inicialmente branco, mas que muda de cor para amarelo-enxofre quando exposto ao ar. O "tronco" ou estipe é oco, de superfície branca ou rosada, e pode medir entre 4 e 7 cm de altura e até 2,5 cm de espessura. A base do tronco possui pêlos firmes esbranquiçados. O epíteto específico "vinaceorufescens", derivado do termo em língua latina que significa "tornar-se avermelhada como vinho", se deve ao fato de que as lamelas ficam manchadas com cor de vinho a rosa-escuro ou marrom-avermelhada.
Na natureza, L. vinaceorufescens é um cogumelo bastante comum e amplamente distribuído na América do Norte, já tendo sido encontrado nas florestas boreais e florestas de altitudes elevadas na parte sul dos Apalaches. Ele cresce no solo, dispersos ou em grupos, sob a copa de pinheiros entre os meses de agosto e outubro. Como outras espécies do gênero Lactarius, L. vinaceorufescens é, ecologicamente, um fungo micorrízico, formando portanto uma associação simbiótica mutuamente benéfica com vegetais, particularmente com a conífera Pseudotsuga menziesii. É um cogumelo venenoso e, segundo os especialistas, todos os cogumelos que produzem látex amarelo, a exemplo de L. vinaceorufescens e seus sósias L. xanthogalactus e L. chrysorrheus, jamais devem ser comsumidos.
A espécie Lactarius vinaceorufescens foi originalmente descrita pelos micologistas norte-americanos Alexander H. Smith e Lexemuel Ray Hesler em uma publicação de 1960, com base em espécimes coletados em Muskegon, Michigan, em 1936. Na mesma publicação, eles também nomearam a variedade Lactarius vinaceorufescens var. fallax para designar indivíduos com pleurocistídios com projeções proeminentes medindo 9 a 12 micrômetros (µm) de extensão,[1] mas esses mesmo cientistas tornaram esta variedade sinônimo da espécies principal, na monografia deles de 1979 sobre as espécies norte-americanas de Lactarius.[2] O fungo é classificado na subseção Croceini, do subgênero Piperates, dentro do gênero Lactarius, juntamente com outras espécies cujo látex mancha o tecido do corpo frutífero de amarelo, ou com látex que lentamente se torna amarelo após a exposição ao ar ambiente.[3]
O epíteto específico "vinaceorufescens" é derivado da palavra latina que significa "tornar-se avermelhada como vinho".[4] Os cogumelos do gênero Lactarius são comumente conhecidos nos países de língua inglesa como milkcaps, e L. vinaceorufescens é popularmente chamado de yellow-latex milky ou yellow-staining milkcap.[5][6]
O píleo (o "chapéu" do cogumelo) de L. vinaceorufescens é inicialmente convexo, e com o passar do tempo torna-se amplamente convexo a quase plano, atingindo de 4 a 12 cm de diâmetro. A margem do chapéu é enrolada para dentro no início, mas depois se expande, tornando-se um pouco elevada e irregular a medida que o cogumelo envelhece. A superfície do chapéu é lisa, com uma tonalidade rosa-canela pálido a rosa-acastanhado na margem, quando jovens, tornando-se mais escura, rosa-alaranjado-canela a canela, quando mais velhos. Há discretas zonas com faixas ou manchas de água com quase a mesma cor do restante do chapéu. As lamelas são anexadas a ligeiramente decorrentes, estreitas, próximas umas das outras, e muitas vezes bifurcadas perto do tronco. Existem vários níveis de lamélulas (lamelas curtas que não se estendem completamente até o tronco a partir da margem do chapéu). As lamelas são inicialmente esbranquiçadas a rosa-castanho, depois ficam manchadas com cor de vinho a rosa-escuro ou marrom-avermelhada. O látex que é liberado quando o cogumelo é cortado ou danificado é inicialmente branco, mas rapidamente se transforma em amarelo enxofre.[5]
O tronco ou estipe é oco e mede de 4 a 7 cm de comprimento por 1 a 2,5 cm de espessura. Ele é quase igual em toda a sua extensão ou ligeiramente maior na base. A superfície do tronco é quase lisa, com pêlos espessos de cor branca a castanho na porção inferior, rosa claro no restante do tronco, e escurecendo com a idade. A carne é moderadamente espessa, branca ou rosada, manchando-se com uma coloração amarela-enxofre brilhante. Tem um sabor azedo. A impressão de esporos, uma técnica usada na identificação de fungos, é branco-amarelada.[5] Os cogumelos são venenosos, e, como regra geral, vários especialistas recomendam evitar o consumo de espécies Lactarius com látex que fica amarelo.[6][7]
Os esporos são mais ou menos esféricos a amplamente elipsoides, hialinos (translúcidos), amiloides - o que significa que absorvem o iodo quando corados com o reagente de Melzer - e medem 6,5 a 9 por 6 a 7 µm. Eles são ornamentados com verrugas e cristas que às vezes formam um retículo parcial, com proeminências de até 0,8 µm. Os basídios (células portadoras de esporos) possuem quatro esporos cada e medem 28 a 33 por 80 a 10 µm. Os pleurocistídios são aproximadamente cilíndricos ou em forma de trevo, quando jovens, mas logo depois ficam mais amplos na porção mediana e diminuem de forma abrupta em um ponto; atingem dimensões de 40 a 68 (até 80 mm) por 9 a 13 µm. Os queilocistídios são aproximadamente em forma de trevo ou de ventricose com ápices agudos, e medem 32 a 44 por 60 a 10 µm. Fíbulas estão ausentes nas hifas. A cutícula do chapéu é uma ixocútis fina, composta de hifas gelatinosas que tipicamente medem de 2 a 4 µm de largura. Projetando-se para fora da superfície da cutícula estão as extremidades de numerosas hifas conjuntivas, com cerca de 5 a 15 µm de comprimento.[2]
Lactarius xanthogalactus tem características microscópicas quase idênticas às de L. vinaceorufescens, mas macroscopicamente, ele não tem as manchas vinhosas-avermelhadas que se desenvolvem no chapéu, nas lamelas e no tronco de L. vinaceorufescens; além disso, cresce no solo sob a copa de carvalhos. Outro sósia é L. colorascens, que pode ser distinguido de L. vinaceorufescens por várias características: um corpo frutífero menor; um chapéu esbranquiçado que se torna marrom-avermelhado a medida que o fungo envelhece e que não fica manchado de vinho ou marrom; látex amargo a levemente picante e esporos ligeiramente menores. L. chrysorrheus também é semelhante, mas tem um chapéu esbranquiçado a canela-amarelado pálido com manchas ligeiramente mais escuras. A espécia cresce associada a madeiras-de-lei (especialmente de carvalho), geralmente no solo arenoso ou bem drenado, e suas lamelas não se descolorem nem se mancham de cor de vinho ou marrom.[5]
Outras espécies superficialmente similares incluem L. rubrilacteus, L. rufus, L. subviscidus, L. fragilis e L. rufulus, mas nenhuma destas espécies se mancha de amarelo quando danificadas, como é característico de L. vinaceorufescens.[6] A espécie comestível Lactarius helvus tem um chapéu laranja-acastanhado à marrom-acinzentado com finas faixas de marrom-acinzentado escuro, um látex aquoso e uma carne esbranquiçada à bronzeada com um odor parecido com xarope de ácer ou açúcar queimado.[8] Lactarius theiogalus, o "Lactarius com látex de enxofre", tem um chapéu laranja e um látex branco que muda lentamente para amarelo quando exposto ao ar, é normalmente encontrado em florestas de folhas largas e mistas.[4]
Como todas as espécies do gênero Lactarius, L. vinaceorufescens é, ecologicamente, um fungo micorrízico, formando portanto uma associação simbiótica mutuamente benéfica com várias espécies de plantas.[9] As ectomicorrizas garantem ao cogumelo compostos orgânicos importantes para a sua sobrevivência oriundos da fotossíntese do vegetal; em troca, a planta é beneficiada por um aumento da absorção de água e nutrientes graças às hifas do fungo. A existência dessa relação é um requisito fundamental para a sobrevivência e crescimento adequado de certas espécies de árvores, como alguns tipos de coníferas.[10]
Os corpos frutíferos de Lactarius vinaceorufescens crescem no solo, dispersos ou em grupos, sob a copa de pinheiros entre os meses de agosto e outubro. A espécie é conhecida por desenvolver associações micorrízicas com Pseudotsuga menziesii.[11] É um fungo bastante comum e amplamente distribuído na América do Norte.[5] O cogumelo foi encontrado nas florestas boreais e florestas de altitudes elevadas na parte sul dos Apalaches, associado com árvores dos gêneros Picea, Abies e Pinus.[12] Na Califórnia, constatou-se que geralmente co-ocorrem com Lactarius fragilis, L. rubrilacteus, Russula emetica e R. cremoricolor.[6]
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(ajuda) Lactarius vinaceorufescens é uma espécie de fungo da família de cogumelos Russulaceae. Ele produz cogumelos com "chapéus" convexos, de cor canela-rosado a acastanhado e que atingem até 12 centímetros de diâmetro. Quando jovem, o chapéu tem sua margem enrolada para dentro, mas depois se expande, tornando-se um pouco elevada e irregular a medida que o fungo envelhece. Uma característica marcante da espécie é a produção de uma substância leitosa - o látex - inicialmente branco, mas que muda de cor para amarelo-enxofre quando exposto ao ar. O "tronco" ou estipe é oco, de superfície branca ou rosada, e pode medir entre 4 e 7 cm de altura e até 2,5 cm de espessura. A base do tronco possui pêlos firmes esbranquiçados. O epíteto específico "vinaceorufescens", derivado do termo em língua latina que significa "tornar-se avermelhada como vinho", se deve ao fato de que as lamelas ficam manchadas com cor de vinho a rosa-escuro ou marrom-avermelhada.
Na natureza, L. vinaceorufescens é um cogumelo bastante comum e amplamente distribuído na América do Norte, já tendo sido encontrado nas florestas boreais e florestas de altitudes elevadas na parte sul dos Apalaches. Ele cresce no solo, dispersos ou em grupos, sob a copa de pinheiros entre os meses de agosto e outubro. Como outras espécies do gênero Lactarius, L. vinaceorufescens é, ecologicamente, um fungo micorrízico, formando portanto uma associação simbiótica mutuamente benéfica com vegetais, particularmente com a conífera Pseudotsuga menziesii. É um cogumelo venenoso e, segundo os especialistas, todos os cogumelos que produzem látex amarelo, a exemplo de L. vinaceorufescens e seus sósias L. xanthogalactus e L. chrysorrheus, jamais devem ser comsumidos.